Projeto Bambu

O Projeto Bambu, em desenvolvimento na Faculdade de Engenharia da Unesp-Bauru desde 1990, nasceu no departamento de Mecânica sob coordenação do professor Marco Pereira, e vem se estruturando através de estudos em várias linhas como:

Características hidráulicas de tubos de bambu gigante;
Irrigação com bambu;
Caracterização física e mecânica de espécies;
Plantio;
Manejo e desenvolvimento de espécies;
Produção de colmos e mudas;
Tratamento;
Processamento;
Confecção de produtos em bambu in natura e de peças e produtos em bambu laminado colado (BLaC);
Projetos de Extensão.

Com a crescente diminuição e restrição ao uso e exploração dos recursos florestais naturais, os pesquisadores envolvidos concentraram esforços no desenvolvimento de pesquisas e, posteriormente, produtos que utilizem o bambu como matéria prima, com o intuito de aprofundar os conhecimentos sobre esse cultivo - renovável e de rápido estabelecimento - que pode representar não uma solução definitiva, mas uma alternativa para num futuro próximo diminuir a pressão sobre o meio ambiente e sobre o uso e exploração de florestas nativas.


A ESCOLHA DAS ESPÉCIES

Marco Pereira explica que a partir dessa premissa, os pesquisadores envolvidos se preocuparam em desenvolver o Projeto Bambu, inicialmente através de um trabalho de localizar e plantar no campus uma coleção com as melhores espécies disponíveis no meio, seguindo orientação fornecida pelo International Network for Bamboo and Rattan (Inbar).

Das 1,3 mil espécies de bambu existentes são recomendadas a introdução e estudo de 19 espécies consideradas prioritárias, com base em critérios relativos à sua utilização, cultivo, processamento e produtos, recursos genéticos e agro-ecologia. “Muitas destas espécies prioritárias já foram introduzidas em nosso meio e encontram-se adaptadas às nossas condições de clima e solo”, diz.

O Projeto Bambu conta com plantação própria - 25 espécies sendo 12 prioritárias - que desde 1998 vem produzindo colmos com dimensões adequadas para o processamento e utilização em pesquisa. Dados de campo relativos ao desenvolvimento e produção de colmos e sobre suas características físicas e de resistência mecânica são importantes para o acompanhamento da adaptação e desenvolvimento da cultura, assim como para a avaliação da qualidade do material e seu potencial tecnológico, visando posterior uso em aplicações diversas.

Mas por que bambu?

HOJE – DA ALIMENTAÇÃO À CONSTRUÇÃO CIVIL

“Atualmente, o projeto acompanha a evolução da cultura de 22 espécies e desenvolve pesquisas nas áreas de processamento e confecção de produtos à base de bambu laminado colado - BLaC - como pisos e painéis, objetos diversos, cabos de ferramentas, mobiliário, construção, etc. As aplicações do bambu vão da alimentação à construção civil e a pesquisa ainda se preocupa em estudar o desenvolvimento e adaptação das espécies ao local. Nosso enfoque é a cadeia produtiva do bambu – plantio, manejo, cultivo, produção de colmos e mudas, tratamento, processamento e confecção de produtos in natura e processados de produtos”. Ultimamente o Projeto Bambu tem se expandido através da extensão e capacitação envolvendo alunos de Design, Arquitetura, Artes, Relações Públicas e Engenharia (Projeto Taquara) e a comunidade, por meio do Assentamento Rural Horto de Aimorés (Grupo Taquara x Unisol), resume Pereira.

A pesquisa é tão fértil que, neste ano, o departamento está pleiteando várias bolsas de Iniciação Científica junto à instituição. Além disso, tem consquitado, através de editais, algumas outras parcerias com entidades de fomento como o Unisol, Instituto 3M, CNPq e Fapesp, de modo a aprofundar ainda mais os estudos.